sexta-feira, 6 de junho de 2008

Instrumentos Indígenas

O índio faz parte de uma raça que vive pela alegria. A maior parte do seu tempo é empregada na caminhada, caça, cânticos e danças. Possuidores de uma música própria, com o ritmo peculiar, tudo para os índios se encontra com a música, dança e poesia: o nascimento e a morte, guerras e festas, caça e amor, religião e vida.



“SOMOS PARTE DA TERRA E ELA É PARTE DE NÓS”

Os instrumentos musicais indígenas foram extraídos da floresta e tem a finalidade de reproduzir os sons mágicos da mata. O índio compõe, toca, canta e dança em harmonia com a natureza.
A música indígena é uma das principais atividades culturais responsáveis pela socialização das tribos e a maioria dos indígenas a associa a um universo transcendente.
Na religião a música é sempre empregada em rituais: No culto, na ligação com os ancestrais, no exorcismo, na magia e na cura.
Seu instrumental inclui instrumentos de percussão e sopro, mas classificações próprias dos índios fazem distinções diferentes, com dezenas de categorias para "coisas de fazer música".
Os instrumentos podem ser feitos de uma variedade de materiais, como sementes, madeiras, fibras, pedras, objetos cerâmicos, ovos, ossos, chifres e cascos de animais.
Uma relação básica dos instrumentos utilizados pelos índios brasileiros pode ser classificada de acordo com a proposta de Mahillon, bastante adequada aos trabalhos de etnografia.
O nome desses instrumentos pode variar de acordo com a tribo estudada. Os nomes adotados são encontrados na bibliografia já existente.

Instrumentos Idiofones


Torokaná (trocano, trocana) é um instrumento de sinal conhecido em diversas tribos e grupos primitivos, serve para a comunicação entre pontos distantes. Geralmente é uma tora de madeira escavada a fogo, com uns dois ou três metros de comprimento e mais de metro e meio de diâmetro (os tamanhos podem variar), a madeira deve ser leve e sonora, nela são feitos três buracos de uns dez centímetros de diâmetro, reunidos por uma estreita fenda. O torokaná fica dentro de um buraco, suspenso entre quatro paus com tiras de cipó que permitem que ele seja baixado ao fundo ou elevado conforme a distância que se queira atingir com a mensagem, quanto mais no fundo maior o alcance. A percussão é feita com bastões cujas extremidades estão envolvidas em goma elástica ou tiras de couro. Conforme o local que é golpeado, a quantidade de golpes e seu espaçamento é possível informar pequenas frases, as quais podem ser percebidas em um raio de até 10 quilômetros.


Catacá um instrumento de atrito que consiste de dois pedaços de tábua, ou taboca, um dentado e outro não. O som é produzido pelo atrito de um pedaço com o outro, a variação é decorrente da velocidade e da força com que se atritam os dois pedaços. É uma espécie de reco-reco. Este mesmo instrumento pode ser feito também com bambu, como verificado entre alguns indígenas do Pará. Outro instrumento semelhante é criado a partir do casco vazio da tartaruga, podendo ser atritado por bastões ou pela própria mão, quando se utiliza uma espécie de resina para se obter um som próximo do coaxar de sapos.

Bastões de ritmo (Taquara, Tacapú, Karutana, Waranga, etc) um canudo de bambu ou madeira oca de dimensões variadas, podendo ser aberto nas extremidades ou fechado com cera, marca o ritmo ao ser batido no chão acentuando um dos tempos da dança. Parece ser um instrumento preferencialmente feminino. Em algumas tribos são considerados sagrados, sendo guardados em locais reservados. Podem ser encontrados com maracás presos na parte superior, ou mesmo enfeitados com guizos. São desta família, também, os paus de chuva: bastões de ritmo, fechados com sementes que, ao caírem em seu interior, produzem um ruído semelhante à chuva.



Chocalhos (Mussurunas-maracás, auáiú, guararás, urucá,butori entre outros) são instrumentos bastante comuns entre as diversas tribos, podem ser utilizados como guizos e atados ao corpo ou manipulados diretamente. Os guizos são feitos de caroços de frutos, unhas e dentes de animais, sementes ou outras coisas consideradas como amuletos, são colocados em cordéis ou dispostos lado a lado, como cintos ou tornozeleiras, produzindo som durante a movimentação da dança. Podem ainda ser atados a bastões. Costumam ter diversos significados místicos, sendo comum a crença em poderes de feitiçaria.



Dentre eles, merece destaque especial o Maracá, instrumento que sinaliza o poder espiritual. Há diversas variantes, consistindo às vezes de uma cabaça oca repleta de pedrinhas ou sementes e colocada na extremidade de um pau. Por vezes se apresenta com dois cabos. Pode ser enfeitado com penas ou pinturas, bem como com trançados de palha, com a qual também podem ser confeccionados. Há maracás em que a cabaça é substituída por esferas de madeira ou barro ou ainda: crânios de animais ou humanos. Apesar de servir para puxar a dança, o maracá é, sobretudo, um instrumento mágico usado pelos pagés para trazer os bons espíritos e se defender dos maus.


Instrumentos Membrafones

Katukinaru (Katukina), um tambor de embaúba com pele e "pin-pin" (Kadwéu), chamado de tambor d'água, confeccionado com madeira escavada onde colocam água e a cobrem com pele. O tambor foi um tipo de instrumento muito usado pelos marajoaras em suas danças e na peleja. Faziam-no de um galho ou tronco de árvore, do qual extraíam o cerne, tornando-o oco e cilindróide. Em uma das extremidades fechavam-lhe a abertura com a pele de um animal silvestre, onça, veado, queixada, capivara, caetetu e até mesmo anta. Colocavam-no horizontalmente sobre a terra, para efeitos de dança e o músico, nele escanchado, como quem cavalga, tocava-o com as mãos, sincopando uma cadência de batuque. A toada, apesar de monótona, reflexo da índole da tribo, animava a fileira de dançarinos, pois o geral da coreografia indígena, reponta em cordões, circulares, ovais, serpentiformes, às vezes livres, às vezes pregados no ombro do parceiro da frente.

Instrumentos Aerofones


Zumbidores (aidje) soam quando agitados no ar. Consistem de um cabo decorado (pinturas ou plumas) ligado por uma corda a uma pequena tábua oval. Ao ser girada rapidamente a pequena tábua começa a produzir um zumbido forte. Em muitas tribos tem relação direta com a morte, utilizados em cerimônias funerárias e proibidos às mulheres ou crianças. Em outras, porém, serve de brinquedo infantil.

Trombetas
(Onfuá, Inúbia,Janubia, Membi-tarará, Ireru) Instrumentos muito comuns entre as diversas tribos brasileiras. Para a confecção, geralmente, utilizam madeiras ocas como a embaúba, o bambu e a taquara. Têm embocadura na extremidade (instrumentos mais antigos) ou na lateral (possivelmente por influência do contato com o europeu ou o africano). Podem ser compostas por duas metades ligadas com cera ou couro. Chegam a ter dois metros de comprimento. Por vezes eram construídas com cabaças em suas extremidades, ou ainda feitas de barro ou osso. Tinham diversas funções, conforme a tribo: Trombeta de Jurupari utilizada nas festas em homenagem a esta divindade tida como demoníaca pelos jesuítas. Não se trata de um só instrumento, mas de um grupo deles, são tocados aos pares (em geral oito). A trombeta maior tem um som rouco e soturno. Cada trombeta tem um nome específico, em homenagem a um animal. Os relatos existentes citam alguns destes nomes: yasmecerene (jaguar, em tariana); bedebo (pata muda, em cobeua); mocino (grilo, em arapazo); acuti-puru (esquilo, em nenhuengatu); tipi (paca, em baniua); canaroarro (saúva, em manáu) e dasmae (rola, em aroaqui).

Buzinas de Conchas utilizadas como trombetas de guerra ou sinaleiros nos barcos. São feitas de conchas ou búzios furados em uma extremidade de forma a servir de bocal, produzem som ao serem assopradas. Trombetas com ressoador (Pam´y, Ika, Panna, Berago) utilizam cabaças, crânios ou madeiras mais grossas em uma das extremidades de um tubo, como caixas de ressonância. Trombetas com lingüetas (Paari, Toré, Ufuá) trombetas que dispõem de uma lingüeta de percussão. Podem ser feitas de chifres com lingüetas de bambu. O Toré, por exemplo, é feito de casca de madeira, pele de jacaré ou barro. São instrumentos ligados, geralmente, a alegria. Toré é uma corruptela de Tori, que significa alegria em Tupi. Flautas o instrumento predileto dos índios brasileiros. Caracterizam-se pela emissão sonora decorrente do sopro que faz vibrar o ar no interior de um tubo cilíndrico ou mesmo em formato de concha. Predominavam as flautas verticais, mas também eram utilizadas embocaduras laterais e mesmo nasais. Podiam ser construídas de madeira, osso ou barro. São conhecidos casos de flautas que devem ser tocadas por várias pessoas ao mesmo tempo. Neste grupo incluem-se os apitos e os pios. Podiam ser feitos de coco, de folha de palmeira, de chifre, de concha, casca de caracol, madeira etc. Serviam principalmente para a caça e imitavam pássaros.









11 comentários:

Ido Lima disse...

Eis um som agradável que ecoa felicidade atravessando árvores para chegar nos nossos ouvidos

Unknown disse...

obrigada por falar um pouco dos intrumentos me ajudou muito!


obrigadi novamente tchau

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

bha me ajudou muito...era tudo o que eu queria
obrigadu

Anônimo disse...

até q enfim um site com bons conteúdos, ajudou muito no trabalho de escola

nine disse...

ate q enfim um site decente me ajudo mt no trabalhu de escola OBG *--*

Felipe $$ disse...

Um site muito bom, me ajudou muito no trabalho da escola...

valeu...

jully disse...

valeu me ajudou muito mesmo
obrigada

Anônimo disse...

Afss E A Foto Do Tambor D' Agua ???
Perdi 1 Ponto So Por Causa Disso '_'

Rafaela Fonseca disse...

Que bom que ganhou 9 pontos pelo resto do trabalho! :)
Espero que tenha ajudado em algo.

Unknown disse...

Ótimo 😊